O cineasta brasileiro Eduardo Coutinho deu entrevista ao site Terra Magazine, em matéria publicada nesta quarta, 01.04.2009. Dois trechos:
Quando foi escalado para viver o vampiro “vegetariano” Edward Cullen no cinema, o inglês Robert Pattinson foi alvo de duras críticas pelos fãs da série de livros “Crepúsculo”, que não viam em sua beleza pouco clássica o semideus das páginas do best-seller da escritora Stephenie Meyer. Em fóruns na internet, ele chegou a ser comparado a um gárgula. Hoje, porém, é quase impossível encontrar quem não veja no ator o encantador vampiro dos livros, levando a reações histéricas de adolescentes pedindo para serem “mordidas”.
- Eu realmente não esperava por tudo isso. Eu não esperava por nada, na verdade. Quando você é escalado e todo mundo pensa “ele não”, fica um sentimento muito estranho, mas é incrível que agora as pessoas cheguem para elogiar. Então, acho que fiz um bom trabalho – desabafa Pattinson, em entrevista ao GLOBO.
A mistura de criaturas sobrenaturais com uma alta dose de romantismo de “Crepúsculo” lançou Pattinson, 22 anos, e a atriz americana Kristen Stewart, 18 anos, que vive a mocinha Isabella “Bella” Swan, ao posto de ídolos adolescentes do momento. Há mais de um mês, o casal ocupa o topo do “Starmeter”, mecanismo que mede a popularidade dos atores no site especializado Internet Movie Database (IMDb), um feito e tanto para uma dupla que era praticamente desconhecida antes de ter seus nomes ligados ao filme. Até então, o papel mais célebre de Pattinson havia sido o do bruxo Cedrico Diggory em dois filmes da franquia “Harry Potter”, enquanto Kristen era lembrada como a namoradinha do personagem de Emile Hirsch em “Na natureza selvagem”, de Sean Penn.
- Eu sempre participei de filmes que pouca gente viu. “Na natureza selvagem”, na verdade, foi o primeiro que eu fiz em que tive algum reconhecimento, mas “Crepúsculo” é totalmente diferente de tudo que eu vinha fazendo. É muito bom fazer um filme que alcance as pessoas – diz Kristen, também em entrevista ao GLOBO.
O projeto de “Crepúsculo” havia sido rejeitado pela major Paramount antes de cair nas mãos do estúdio independente Summit Entertainment, que tinha entre seus maiores sucessos até então “Os Irmãos Grimm”, de Terry Gilliam, com Matt Damon e Heath Ledger. Rodado com US$ 37 milhões, orçamento bastante modesto para um arrasa-quarteirão hollywoodiano, o filme dirigido por Catherine Hardwicke (de “Aos treze”) já arrecadou mais de US$ 170 milhões nos EUA, deixando para trás nas bilheterias a nova aventura de James Bond, “007 Quantum of Solace”. No Brasil, o longa já superou a marca de 1,2 milhão de espectadores. Seu sucesso surpreendeu até mesmo os produtores, que não pensaram duas vezes em dar o sinal verde imediato para a produção de “Lua nova”, versão para o segundo livro da saga de Meyer, que já tem estreia marcada para o dia 20 de novembro.
- Fiquei assustado quando me disseram que eles já tinham a data de lançamento de “Lua nova”. Isso aconteceu no dia seguinte à estreia de “Crepúsculo”. Passei o Natal com minha família e, no fim de janeiro, já vou começar a trabalhar no novo filme – diz Pattinson.
Com filmagens marcadas para começar em março, “Lua nova” terá o orçamento de US$ 50 milhões, um valor um pouco mais polpudo do que o anterior, supostamente para um maior investimento em efeitos especiais, um dos pontos fracos do primeiro longa, e para locações na Itália, onde se passa boa parte da história. Nesta nova aventura, o diretor será Chris Weitz, o mesmo de “A bússola de ouro”. Uma dúvida paira sobre o roteiro, se ele será fiel ao livro ao mostrar Edward nas ruas do Rio. Na trama, o vampiro passa uma temporada escondido no Brasil. Será que Robert Pattinson vem filmar por aqui?
- Espero que sim! Eu sempre quis ir ao Brasil e adoraria filmar aí, mas não tenho certeza se vai acontecer agora. O roteiro ainda está sendo finalizado, então eu não sei se vai rolar ou não – afirma ele, antes de comentar o sucesso que os livros de Stephenie Meyer alcançaram. – Sempre houve algo belo em torno dos vampiros. Existe essa idéia do perigo mortal que se corre em estar em meio a eles, além da idéia de juventude eterna. Acho que isso sempre foi muito atraente para as pessoas. Fora isso, acho que a chave para o sucesso de “Crepúsculo” é que o livro é escrito de uma forma muito particular. Stephenie Meyer escreveu com tanta paixão que aquilo parece muito real. É único. Ela ama os personagens, e acho que as pessoas se sentem conectadas a isso.
Com os fãs da saga de Stephenie devidamente conquistados, agora o desafio de Pattinson e Kristen é conseguir fugir do “efeito Harry Potter” e desatrelar suas imagens de Edward e Bella. A prova de fogo do ator inglês acontece já em março, quando estréia nos Estados Unidos o drama “Lilltle ashes”, em que vive o artista espanhol Salvador Dalí quando jovem. Já Kristen tem mais três filmes pela frente em 2009, incluindo o projeto “The Runaways”, biografia da banda feminina dos anos 1970, em que vai interpretar a roqueira Joan Jett.
- A melhor coisa a se fazer para não ficar estigmatizada é se envolver com outros projetos. Justamente porque Bella é como qualquer garota e não uma personagem muito caricata é mais fácil se livrar disso. E eu estou fazendo filmes completamente diferentes de “Crepúsculo”, não porque sejam só diferentes. Acabei de filmar “Welcome to the Rileys” (novo drama de Jake Scott), em que fiz uma garota de 16 anos que vive nas ruas, e acabei de ser escalada para viver Joan Jett, o que não poderia ser mais diferente de Bella. Então, não estou preocupada com isso – afirma a atriz.
“Parece que alguém morreu”. É o que diz Emma Watson, em entrevista sobre fim de “Harry Potter”: